Jovem Talento do Futebol no Exterior



Sair da casa dos pais muito cedo exige uma maturidade extrema,porém traz como bônus na “bagagem da vida” a auto-suficiência.

Viver em um país estranho no começo não é fácil para ninguém , aos poucos o aprendizado do idioma ,como primeiro passo para o relacionamento humano, favorece o cotidiano de quem busca a realização de um sonho no exterior.

O esporte nos Estados Unidos conta com uma evoluída estrutura que favorece aos atletas que estudem e treinem dentro das universidades.

Para contar um pouco de como é viver no exterior estudando e treinando procurei Gabriel Saroli,aos vinte anos ,estuda e treina futebol nos Estados Unidos.

A entrevista foi realizada no Clube de reabilitação de atletas e que oferece uma excelente base com fisioterapia aqueles que dela precisam,condicionamento físico para jogadores que estão em recuperação de lesões e buscam o retorno breve ao campo e o espaço para que eles realizem o treinamento específico de volta aos gramados.

A reabilitação e o condicionamento físico na Artro contam com profisissionais de primeira linha e uma estrutura de qualidade de primeiro mundo.

Uma bela experiência para qualquer profissional da área esportiva conhecê-la.

Antes da entrevista ,o Gabriel falou um pouco sobre como é treinar na Artro:

 Treinar na ARTRO tem sido muito bom pra mim, em um mês de treinamento já notei uma grande diferença. Cheguei lá com dores e fora de forma, hoje quando jogo já não sinto nada e estou cada dia melhor fisicamente. Só tenho de agradecer ao Maurício e o Lorenzo pelo trabalho.

 

Como foi a decisão de sair tão cedo de casa na busca da realização de um sonho?

Saí de casa com 16 anos, não foi uma decisão fácil. Meu irmão já estava nos EUA e tinha graduado 2 anos antes no mesmo high-school que eu fui. Ele ficava em outra cidade que era a 5 horas de carro da minha, então raramente nos víamos lá, pela distância e por sempre termos um dia-a-dia muito ocupado. A decisão, apesar de ter sido difícil, foi a certa. Porque depois de superar as dificuldades do início eu percebi que estava num lugar ótimo e que seria fundamental pro meu futuro.

 

Chegar em um país estranho, descobrir uma cultura completamente diferente em que o futebol não é o primeiro plano e sim o basquete com a NBA e o futebol Americano com a NFL ,o que aprendeu com tudo isso?

Cheguei nos Estados Unidos em 2012, e a MLS não era tão conhecida como é hoje. O futebol tendo menos importância me fez ver as coisas por outro lado, e perceber que os estudos tinham a mesma, se não mais importância que o futebol. No Brasil não gostava de basquete nem de futebol-americano, mas com o tempo lá, aprendi mais sobre as regras e comecei a gostar dos dois esportes.

 

A primeira dificuldade é sempre o idioma, quando saiu daqui já tinha a fluência dele ou aprendeu completamente lá?

Quando fui, já falava bem inglês. Aprendi em 2009 quando fui morar no exterior com meus pais.

Qual a visão que você tem sobre  importância dos estudos e como divide seu tempo entre estudo e treinos?

Fui a um high-school chamado Montverde Academy, 2 anos antes de ir para a faculdade. Nesta escola, todos os esportes tem times muito fortes, especialmente futebol e basquete. Por exemplo, 3 meninos que jogaram comigo lá, foram direto da escola para jogar no profissional. E dois que jogavam basquete foram pra NBA. Um ano passado para o Los Angeles Lakers e um este ano para o Philadelphia 76ers.

Apesar de ser uma escola onde o esporte é visto com muita importância, os estudos eram mais importantes ainda. Pois se não atingíamos a média de nota que nosso treinador pedia, não podíamos treinar nem jogar. Meu treinador falava uma coisa sobre os estudos que me marcou muito; Muitos atletas, por serem muito talentosos, tinha a certeza que virariam profissional e não se esforçavam nas aulas. O que o coach dizia era que nunca sabíamos o dia de amanhã, podíamos nos machucar, alguma tragédia na família acontecer e fazer com que tenhamos que abandonar o esporte. E se não tivéssemos os estudos, não saberíamos o que fazer da nossa vida. Também dizia que mesmo virando profissional, os estudos teriam a mesma importância, porque não podemos jogar para sempre, um dia teria que se aposentar e só com os estudos saberia como administrar o dinheiro que ganhou durante sua carreira ou saber trabalhar com algo diferente do seu esporte.

Que curso realiza e quais os objetivos futuros dentro dele?

Meu curso se chama “Health and Human Performance”. No Brasil, ele seria mais parecido com a Educação Física, porém ele é mais focado na parte cientifica.

No começo dos treinos qual foi sua maior dificuldade ,o que o motiva para continuar seguindo em frente?

Quando cheguei lá estava sem treinar a algum tempo, então estava muito abaixo dos outros. Demorou um tempo para me acostumar com o nível dos outros atletas. O que me motivou a continuar foi saber que eu estava num time que seria campeão nacional e que iria de lá pra uma faculdade.

Você tem apenas vinte anos ,o que idealiza para sua vida dentro do esporte?

Quando menor tinha o sonho de ser jogador profissional, hoje em dia já não tenho mais. Gosto muito do meu curso e não me vejo trabalhando em uma área que seja muito longe disto. Pretendo trabalhar de alguma maneira com esportes, especialmente o futebol. Uma idéia hoje, seria trabalhar na comissão técnica do meu pai.

 

Driblar a saudade de casa é uma tarefa de quem vive fora,hoje com toda a tecnologia que temos ao nosso alcance tudo ficou mais fácil,mas o que você mais sente falta de casa,fora o convívio da família?

Um pouco de tudo, sinto muita falta da comida da minha mãe. Mas com FaceTime, e com o celular fica tudo mais fácil e posso conversar com minha família todo dia, então a gente acaba não sentindo tanta falta. Mas com certeza, estar junto com a família não há nada igual.

O  Futebol mesmo não sendo o primeiro esporte praticado nos Estados Unidos ,teve uma grande evolução nos últimos tempos,esta aí a participação dele nas últimas copas,acredita que o desenvolvimento dele está  somente nas universidades?

Não, o crescimento está em todo lugar, dentro e fora das universidades. Os times profissionais da MLS tem crescido muito de uns anos pra cá, sendo em estrutura e também na qualidade dos times, até porque muitos jogadores famosos estão lá, como Kaká, Júlio Baptista, Pirlo, Gerrard... A MLS já está entre os 3 países com maior média de público nos estádios.

 

Qual a visão que os jovens companheiros seus de equipe tem do futebol brasileiro ?

O Brasil foi sempre conhecido como o país do futebol, então todos veem os brasileiros com “olhos diferentes”. Muitos da minha equipe, principalmente os latinos, também conhecem os times e jogadores do Brasil e acompanham o campeonato Brasileiro.

 

Realizar sonhos,quais são os principais pontos que você utiliza para chegar onde quer,determinação,dedicação e disciplina,qual delas é a mais importante pra você?

Pra mim você precisa dos três. Determinação, dedicação e disciplina tem a mesma importância e um sem o outro não funciona. Um balanço entre os três é perfeito, e fará com que eu consiga atingir os meus objetivos.

Como é interagir com seus colegas de equipe no seus períodos de lazer,costuma acompanhar outros esportes ?

Na faculdade dos EUA você sempre mora com companheiros do time no dormitório, então a gente convive o tempo todo, todo dia. A gente acaba criando uma amizade muito forte, independente de que nacionalidade eles são, de onde vem, etc... E por estar sempre juntos, normalmente fazemos os mesmos “planos”, seja ir no shopping, sair comer, viajar pra outras cidades... E sempre que pudemos acompanhamos jogos pela tv, de todos esportes, mas principalmente de futebol.

 

Como é a a estrutura do trabalho de uma equipe de futebol universitária? (Treinos,jogos,equipe multidisciplinar e viagens em competição? além disso tudo o que a estrutura oferece?

É perfeito, principalmente nas universidades maiores. Tudo funciona de um jeito que você tem tempo para ir pra aula, treinar, estudar, e ainda sobra um tempinho no dia pra relaxar. As universidades sabem da importância do esporte, e facilita tudo para os atletas. Sendo que quando viajamos com o time e temos que perder aula, o professor não conta como falta e temos tempo pra recuperar a matéria/prova perdida. As estruturas dependem da faculdade, mas todas tem o mínimo que é necessário, como campos, quadras e academia. Na minha faculdade temos um centro de treinamento que fica a 5 minutos de carro da faculdade, lá tem 4 campos de futebol, 2 campos de baseball, e 6 quadras de tênis. E na faculdade tem uma academia, e quadras de vôlei e basquete.

E finalmente ,qual a mensagem que você deixa a quem quer seguir seu caminho?
Diria que eles estão fazendo a escolha certa, porque poder ir para um lugar onde você pode praticar em alto nível o esporte que ama e ao mesmo ter um diploma universitário, não tem preço. Além de ser fluente em outra língua, aprender a cultura de outro país, conhecer lugares e pessoas novas, são tudo coisas que nos fazem crescer.
 

                                                               

 

              
                        
 
                        (2012-2013)
                     
                               (2013-2014)

Fotos: Gentilmente cedidas por Gabriel Saroli.

Agradecimentos:


Adriano Ratmann por ter “aberto as portas da Artro” para que eu pudesse realizar meu trabalho.

Thiago Pereira que recebeu -me ,mostrou- me o espaço e apresentou-me ao Gabriel com simpatia e cordialidade.

Gabriel pela entrevista e pela forma solícita que me recebeu entre conversas e sorrisos.

 Recepcionista Camila da Artro pelo atendimento me ofereceu quando lá cheguei.

“Enquanto eu viver,cantarei ao Senhor ,cantarei louvores a meu Deus,enquanto existir
 


 

 

 

 

 

 

 
 
 




 

 

 


 

 
 

 

 

 

 

 

 

 
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