O Esporte de Base é o imenso alicerce que o ser humano
possui para possibilitar seu crescimento físico,mental, pessoal e social.
É na infância que tudo tem o começo onde depois que a
criança aprende se mover no berço, engantinhar , andar e correr é que o desenvolvimento
motor tem uma evolução para a prática
esportiva, ele é o início de um futuro saudável.
Crianças que começam cedo no esporte aprendem a ganhar, perder,
dividir responsabilidades e comemorar conquistas em equipe.
O Vôlei principalmente por ser um esporte coletivo
favorece este crescimento nas crianças desde o mini vôlei até a equipe de vôlei
principal.
Assistir uma comemoração a cada ponto conquistado por uma
equipe é uma alegria contagiante e o
abraço entre as atletas é motivo de busca de mais pontos em jogo.
O Estado de São Paulo possui uma estrutura excelente de
formação de atletas ,desenvolvimento de equipes e revelação de talentos.
Os clubes de cidades do interior oferecem escolinhas com
técnicos altamente capacitados e colocam atletas que são destaques no cenário
esportivo nacional.
Maria Elisa Molica começou no esporte aos onze anos
apenas na natação em razão de sua mãe ser formada em educação física e ter o
conhecimento desde cedo da importância do esporte em sua vida.
Começou a jogar vôlei em 2008 com o professor Alexandre
Barbosa e um tempo depois ela foi treinar com a técnica Luciana Clair Moreira
que já fazia um belo trabalho.
Em 2009 foi jogar o campeonato em Jambeiro com equipes
dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Ela jogou por seis meses na equipe de São Caetano ,o que
a levou a ir à capital duas vezes por semana,o campeonato tinha a duração de
seis meses,porém acabou contraindo o vírus da H1N1 o que a deixou longe das
quadras por um tempo,mas mesmo assim contribui para que sua equipe pudesse
chegar ao vice campeonato paulista da categoria.
Após esta temporada ,já em ela voltou a Taubaté e treinou
com Luciana e o técnico André Bartelega com meninas mais velhas que ela.
Em 2012 ela deixou o Taubaté e foi disputar o campeonato
paulista em na categoria infantil e depois no ano seguinte ela voltou ao
Taubaté.
Somente no ano de 2016 foi que ela saiu de casa, foi
morar em São José do Rio Preto onde joga o paulista e defendo a cidade em
campeonatos como Jogos Regionais e Jogos Abertos.
Ela cursa faculdade, ganhando bolsa de 100%, graças ao
vôlei.
Depois de conhecer esta bela trajetória fui conhecê-la um
pouco mais para que ela possa contar um pouco mais do que é viver no esporte
que ama.
Maria
Elisa , sua história mostra o valor do esporte na vida de crianças, como você
vê a vida de crianças que praticam esportes e aquelas que são sedentárias,
“coladas” aos vídeo games ? quais conselhos você daria às crianças que não
gostam de praticar atividade física?
Praticar esportes quando criança deveria ser obrigatório.
O esporte não beneficia só a parte física e motora das crianças, mas também a
sua parte psicológica, social e intelectual. E isso, com certeza, fará falta
quando elas crescerem.
Eu diria a elas procurarem algo que gostem, procurarem
algumas atividade que lhes dê prazer, pois é o começo de tudo.
Você
começou muito cedo na natação, que é considerado um esporte completo, em termos
de desenvolvimento físico o quanto isso te fortaleceu para jogar vôlei ?
Ajudou-me muito em
questão de força física, resistência muscular e na altura também.
Seu
estado é um grande “celeiro” esportivo, o que você faria para que ele pudesse
revelar mais talentos que já revela?
Primeiro, desfazendo as conhecidas “panelas” que existem
nos times da capital.
Depois, é importante olhar com mais carinho para os times
do interior e para as escolas, que são os lugares onde se escondem as
principais revelações.
“O
esporte é uma pirâmide , não existe elite sem base” o que pensa sobre isso?
Que é a mais pura realidade! A base é o começo de tudo, é
onde as principais estrelas do esporte começam sua carreira e a qual, faz uma
grande diferença no futuro do atleta.
Você
contou que jogou/joga como líbero quais as habilidades mais exigidas desta
posição pra você?
Para mim, é a liderança e a leitura do jogo. Acho que
essas duas coisas são mais importantes que a própria técnica, de passe ou
defesa, pois o líbero é quem coordena a defesa e a linha de passe, então, ele
tem que ter uma boa leitura do jogo para que possa liderar seus companheiros.
Quais
as líberos brasileiras que te inspiram atualmente?
Fabizinha, pra mim, é o maior nome de líbero, não só no
Brasil, mas no mundo. Ela realmente fez e faz história no esporte e na posição,
e é grande exemplo de atleta.
Treinar
com vários técnicos traz ensinamentos múltiplos , cada cabeça uma sentença e
uma forma de trabalho, é possível somar as experiências com cada um deles ou
você acredita que o que aprendeu com cada um deles foi realmente uma
experiência única?
É possível somar as experiências sim, por mais que cada
um tenha me ensinado algo diferente.
É como um jogo de
quebra cabeça, cada um coloca uma pecinha diferente para montar a figura toda.
Cada um deles me ensinou algo novo sobre o vôlei, sobre o
que fazer ou como fazer. E sou extremamente grata a cada um deles por além do
vôlei, me ajudar a ser um ser humano melhor.
Você
contou que tem bolsa integral na faculdade em razão do vôlei, isso é fantástico
mas esta cultura ainda é precária no país, nos Estados Unidos isso é normal, como
conscientizar as universidades que o esporte universitário é um caminho
perfeito para elevar o número de atletas no país e aumentar a qualidade do
esporte nos jogos olímpicos?
Bom, acho que primeiro os técnicos das categorias de base
tem que incentivar seus atletas a levarem a sério a escola também, o que muitas
vezes sabemos que não acontece, pois estão mais preocupados com o resultado em
quadra.
Assim, ou o atleta
larga o estudo de vez ou larga o esporte para se dedicar aos estudos. Isso não
deveria ocorrer.
Os mesmos benefícios que o esporte traz para os estudos,
o estudo traz para o esporte. É importantíssimo que essa cultura de escolha,
entre o esporte e o estudo, mude no
Brasil.
Gostaria
de uma frase final a que “tira” você da cama todos os dias para vencer seus
objetivos e realizar seus sonhos?
Dar
o melhor de si todos os dias.” Acho que, quando damos o melhor de nós todos os
dias, colheremos os frutos na hora certa.
Seus
agradecimentos finais.
Muito obrigada, Patrícia, não só pela entrevista, mas
também por se preocupar e olhar com carinho o esporte de base no país,
principalmente o vôlei. Precisamos de mais pessoas como você!
Maria Elisa foi um enorme prazer entrevistá-la em nome da
Coluna Quatro Linhas parabéns por suas conquistas e desejo muito sucesso em sua
caminhada na vida e no esporte.
Fotos: todas do arquivo pessoal do Atleta
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